Cecília Meireles - Primavera


Primavera

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores. Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol. Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz. Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação. Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou. Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor. Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.
Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.Saiba tudo sobre a vida e a obra de Cecília Meireles visitando "
Biografias".

Coisas que eles nunca diram para as mulheres.


Conversa de homem
por Marcelo Camacho


Diferentemente das mulheres, que falam apenas sobre homens quando vão juntas ao banheiro, os homens conversam sobre vários assuntos quando estão no vestiário: falam sobre mulheres, futebol, carros e sobre aquele colega esquisitão do escritório. Não necessariamente nessa ordem.
Veja aqui um resumo do que eles nunca dirão para você
• A partir dos 40 e poucos anos, surgem outros assuntos, como política e economia.
• Impotência e tamanho do pênis (se o dito-cujo não for lá essas coisas, claro) continuam tabus.
• Homens adoram dar apelidos para o próprio pênis. E costumam conversar com ele. Nesse caso, assuntos como futebol, carros e o colega esquisitão do escritório ficam de fora.
• Sim, um homem pode ser amigo de uma mulher. Desde que ela seja feia. Ou que ele seja gay.
• É muito fácil para um homem dar uma pulada de cerca. É quase um esporte. Quando a namorada descobre, a desculpa é em geral a mesma: "Eu estava bêbado".
• Tem muito homem – mais do que se imagina – que gosta mesmo é de mulheres burras. Pois é...
• Não que as inteligentes serão desprezadas. Mas, por favor, não falem demais.
• Há três coisas que os homens detestam: papo sobre horóscopo, perfume muito forte e os efeitos da TPM.
• Homens adoram mulheres com senso de humor. Verdade!
• Homens ficam assustados com mulheres que vão muito diretamente ao assunto. Principalmente se o assunto for sexo.
• Sim, o seu namorado adoraria transar com aquela sua amiga loira e popozuda.
• Nenhum homem gosta de saber o que você já fez na cama com outro homem. Resista na hora de falar sobre experiências passadas.
• Quando um homem pede "um tempo", isso significa que ele quer um tempo para tentar algo com aquela colega nova do escritório. Se não der certo, ele volta para você.
• Nunca, jamais, acredite num homem que diz frases como: "Eu não te mereço", "Estou meio confuso", "O problema é comigo". É tudo desculpa para dar "um tempo".
• O sonho erótico de qualquer homem é transar com duas mulheres ao mesmo tempo. Observá-las transando, então... Aí, na hora H, ele chega e "resolve o problema".
• Homens acreditam facilmente nas mentiras que as mulheres contam. Mas é bom não arriscar: capriche na história.
• Homens adoram elogios. "Você emagreceu" são palavras mágicas também para eles.
• Homens não guardam segredo – mesmo que digam que o farão. É 100% certo que aquele cara com quem você teve uma aventura no sábado passado já contou tudo em detalhes para, pelo menos, cinco amigos.
• Todo homem um pouco mais bem-educado adoraria ter seus dias de motorista de táxi de novela. E vice-versa.
• Não vá dando presentinhos logo no início do namoro. Ele vai achar que você quer controlar sua vida. E daqui a pouco já vai querer casar.
• Você acha bêbado um saco, né? Pois saiba que um homem raramente mente quando está bêbado. Ah, gostou, né?
• Os homens mentem para as mulheres. Um homem é capaz de mentir até mesmo para o seu melhor amigo. Homens mentem, e ponto final.


Separação ciente




Enfim, só!

O juiz já homologou a separação? Ela é consensual
ou litigiosa? Palavras assim entram no vocabulário
de quem chega ao fim de um casamento. Aqui, um
guia básico para enfrentar essa batalha

Por Tatiana Schibuola


Até que um juiz os separe

Casar é fácil. Bastam um par de corações apaixonados e uma irresistível vontade de viver sob o mesmo teto. A maioria prefere formalizar a coisa perante a igreja e o juiz de paz; outros simplesmente vão morar juntos. Difícil mesmo é desfazer tudo. Principalmente se o casal não concorda quanto aos termos da separação (ou seja, praticamente todo mundo). Quem fica com os filhos, com a casa de praia ou com aqueles CDs absolutamente indispensáveis à sobrevivência humana?
Até para os evoluídos seres capazes de pilotar um rompimento amigável, é raro não surgir algum desentendimento. As mulheres que não se informam sobre as regras do novo jogo, ou apenas imaginam usar a Justiça como instrumento de vingança contra o ex, tendem a cometer mais erros. Saber o básico sobre os mecanismos jurídicos é obrigação de toda divorciada em potencial.

1. Para começar, um advogado
O advogado que cuida dos negócios do seu marido não serve para fazer a separação. O ideal é contratar um representante exclusivo e, de preferência, especializado na área de família. Profissionais experientes aconselham que a primeira conversa com o advogado aconteça antes mesmo de comunicar a separação ao marido, se a iniciativa for da mulher, para ter uma idéia bem clara do que vem pela frente e receber instruções sobre a melhor maneira de agir.

2. Mas é preciso pagar por ele
Separar-se custa caro. O mínimo que um advogado cobra é 6% sobre o valor real dos bens recebidos pelo cliente. Em divórcios de casais de classe média alta, isso gira em torno de 6 000 a 12 000 reais. "O valor deve ser acertado assim que o profissional for contratado, por escrito", diz Renata di Pierro, especializada em direito de família. É comum serem cobradas taxas extras à medida que o processo vai se complicando. Quem não puder arcar com os custos pode contar com assistência judiciária gratuita, uma vez comprovado que não tem recursos. A Justiça também cobra suas taxas: em média, 15% sobre o valor atribuído à causa. Há mais impostos a pagar nos casos de partilha de imóveis.

3. Papéis na mão para entrar em ação
Os documentos necessários para a separação são certidão de casamento, pacto pré-nupcial (se houver), certidão de nascimento dos filhos, comprovação da existência dos imóveis e de seus valores. Quando o processo não é amigável, acrescentam-se provas de má conduta do outro que justifiquem o pedido de separação, como boletins de ocorrência, exames de corpo de delito, fotos, gravações, atestados médicos e e-mails agressivos.

4. Quando os dois concordam
É a chamada separação consensual. Em tese, é muito mais simples. Se o casamento foi há mais de um ano (tempo mínimo para o primeiro passo, que é o pedido de separação) ou se o casal está efetivamente separado há no mínimo dois anos (quando se entra com o pedido de divórcio, propriamente), e se ele e ela concordam que não dá mais para ficar juntos, o processo anda com muito mais facilidade. Pode se acelerar se, além disso, o casal vai para a Justiça em perfeito acordo sobre partilha dos bens, visita aos filhos, pensão e que sobrenome manter. Com isso em mãos, o advogado deve redigir um documento chamado petição de acordo e encaminhá-lo ao juiz. Caso este não veja nenhum impedimento, a separação ou, se ela já existir, o divórcio pode ter aprovação no mesmo dia.

5. Sair sem olhar para trás? Pense melhor
Bater a porta e não voltar mais está totalmente fora de cogitação se o futuro ex-marido for contra a separação. Ele pode alegar que houve abandono do lar. Obviamente, em caso de motivo forte – como maus-tratos ou adultério, de preferência devidamente comprovados –, não há alternativa. Se for apenas uma situação em que é difícil aturar a convivência, o ideal é solicitar ao juiz, por meio do advogado, uma providência chamada medida cautelar de separação de corpos, em que tanto morar juntos quanto fidelidade deixam de ser deveres dos dois.

6. Litígio quer dizer briga
Quando um dos dois não aceita a separação ou quando não se chega a um acordo sobre, digamos, quem tem direito a quê, dá-se a separação litigiosa. Ou seja, o ex-casal, através dos respectivos advogados, vai brigar perante o juiz por condições justas para a vida pós-separação. O divórcio litigioso só pode ser encaminhado depois que a separação de fato completar dois anos. Enquanto isso, o advogado solicita ao juiz que estabeleça a pensão, a guarda dos filhos e o direito de visitas de maneira provisória.

7. Quando ele é culpado
Agressões físicas ou morais, abandono de lar, atividades criminosas, ociosidade, alcoolismo, tudo isso é motivo para requerer uma separação – mesmo que ele (ou ela, claro, na situação inversa) não queira. Nesses casos, o processo de separação pode começar antes mesmo da separação de corpos. Pensão e guarda também serão definidas, provisoriamente, pelo juiz.

8. Quanto vale a pensão alimentícia
Ao contrário do que o nome diz, a pensão não é apenas referente ao valor da nota fiscal do supermercado. Ela abrange a soma de dinheiro de que a mulher precisa para manter o mesmo padrão de vida que tinha durante o casamento. Isso inclui desde despesas com saúde e moradia até gastos com restaurantes, academia de ginástica e viagens ao exterior. Se a pessoa que requer a pensão (o homem ou a mulher) apresentar documentos que comprovem seu padrão de vida anterior (valem desde a conta de luz até fotos das viagens internacionais) e conseguir provar que não pode arcar com tantas despesas e, principalmente, que o outro tem condições de pagar, terá direito à pensão. Para o estabelecimento do valor da pensão dos filhos, as regras são as mesmas. Em geral, a pensão fixada é de um terço dos rendimentos do ex.

9. Quando a mulher não tem direito à pensão
Mulheres jovens que estejam fora do mercado de trabalho têm direito a uma pensão temporária, em geral de um a três anos. "As que trabalham e têm rendimentos compatíveis com seu padrão de vida não recebem pensão", diz Priscila Corrêa da Fonseca, doutora em direito processual civil pela Faculdade de Direito da USP.

10. Quem fica com o apartamento?
A partilha dos bens depende do regime adotado na ocasião do casamento. São eles:

Separação de bens – Cada um tem controle pleno sobre o patrimônio adquirido antes ou depois do casamento. O mesmo vale para as dívidas.

Comunhão universal – Todos os bens, mesmo os existentes antes do casamento, pertencem aos dois e devem ser divididos meio a meio.

Comunhão parcial – Só o patrimônio adquirido depois do casamento será dividido, meio a meio.

Participação por aqüestos – O novo Código Civil permite que o patrimônio constituído durante o casamento seja dividido conforme a contribuição que cada um deu para sua formação – daí o nome complicado. Exemplo: se na compra do apartamento a mulher contribuiu com o equivalente a um terço do valor, terá direito a um terço da propriedade na hora da separação. O novo código também estabelece que o regime de bens pode ser alterado a qualquer momento, durante o casamento, desde que sejam apresentadas justificativas razoáveis a um juiz.

11. Patrimônio em segurança
Para garantir que, durante o processo de separação, seu ex-marido não venda os bens que estão em seu nome (e que não dependam da assinatura da mulher) nem os transfira para terceiros, o advogado pode pedir o arrolamento, ou seja, uma listagem de tudo o que o casal possui, inclusive nas contas bancárias. Os bens são então bloqueados, até que se resolva a pendenga da separação.


12. A guarda dos filhos
Quando o casal não consegue chegar a um acordo, a decisão é exclusivamente do juiz, que levará em conta o bem-estar das crianças ao determinar com quem devem ficar e qual será a freqüência das visitas. Por bem-estar entende-se que quem vai ficar com os filhos deve ter equilíbrio emocional e espaço físico suficiente para abrigá-los. Se houver registro de distúrbios psicológicos, alcoolismo ou maus-tratos de uma das partes, a guarda será obrigatoriamente do outro. "Cabe ao juiz decidir se quer ou não ouvir a criança, seja diretamente, seja por meio de laudos psicológicos ou de assistentes sociais", diz Rolf Madaleno, advogado e professor de direito de família da Universidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.

13. A senhora quem?
A mulher que adotou o sobrenome do marido pode optar por mantê-lo ou não depois da separação, a não ser que no processo ela seja acusada de atos impróprios. Se comprovados, ela volta obrigatoriamente a ter o sobrenome de solteira. Caso o marido não queira que a ex tenha seu sobrenome, ele é quem tem de tomar a iniciativa de requisitar a mudança. Ela ainda pode vencer a "causa" se comprovar, por exemplo, que a mudança de sobrenome afetará sua carreira profissional.

14. Juntado é (quase) casado
Quem não casou "de papel passado" tem a vantagem de poder encerrar informalmente a união. No entanto, em relações duradouras em que há bens e filhos em comum, se o casal não se separar por mútuo acordo terá também de apelar para a Justiça, como em um casamento formal. A principal diferença é que, antes de começar o processo de separação, é preciso comprovar a existência da união através de uma iniciativa chamada ação de reconhecimento e dissolução de união estável. Para a divisão de bens, vale em geral o regime de comunhão parcial.

15. A Justiça tarda
Em separações litigiosas, o processo pode arrastar-se por anos – às vezes, dura mais que o próprio casamento. Em uma primeira audiência, o juiz ouve as duas partes para tentar uma reaproximação. A partir daí, começa a correr o processo de separação, com apresentação das defesas e provas, audiências de instrução e julgamento, até que se chegue a um acordo ou que o juiz resolva oficializar a separação.

16. A diferença entre separação e divórcio
A separação não dá o direito de casar novamente no civil. Para isso, é preciso passar pelo divórcio, em que uma decisão judicial formaliza o término do casamento. Ele pode ser solicitado um ano depois da separação judicial ou pode ocorrer diretamente, depois de dois anos em que o casal não vive mais junto. Durante o processo de divórcio, é obrigatória a partilha de bens, o que não ocorre durante a separação judicial.


17. De namorado novo
Só um novo casamento ou uma união estável podem permitir o fim do direito de pensão estabelecida para a ex-mulher. Com isso, a lei supõe que o novo companheiro contribua para o seu sustento.

18. Ele arrumou outra
O fato de o ex ter um novo relacionamento não implica mudanças na guarda ou no direito de visitas aos filhos, desde que se mantenha o que se entende por um ambiente saudável para as crianças. Novo casamento tampouco muda o valor da pensão. No entanto, se ele tiver filhos com a nova mulher, aí sim pode pedir uma revisão do valor da pensão, já que agora tem duas famílias para sustentar.


O que não fazer depois da separação

Incapacidade de comunicação, problemas financeiros, falta de empenho em lutar para que o casamento dê certo, mudança nas prioridades da vida e infidelidade são as cinco principais causas das separações, segundo a American Academy of Matrimonial Lawyers, uma associação de advogados especializados em direito de família dos Estados Unidos. Seja qual for o motivo que leve ao fim do casamento, todos os envolvidos são afetados por um terremoto emocional a partir do momento em que decidem pôr um ponto final na relação. "Para se ter uma idéia, a separação está em segundo lugar na escala dos motivos do stress emocional – em primeiro, está a morte de um ente querido", compara Marilene Grandesso, professora de terapia familiar e de casal da PUC de São Paulo. Nessa hora, a gama de sentimentos é enorme: ódio, culpa, rejeição e medo são alguns dos mais comuns.

Acreditar que é possível passar por essa fase sem sofrer é bobagem, qualquer que tenha sido a duração do casamento. Obviamente que, quanto mais tempo juntos, quanto mais coisas conquistadas a dois e, principalmente, quando o casal tem filhos, a situação tende a ficar ainda mais complicada. No entanto, é possível, sim, minimizar a dor. Encerrar um casamento com dignidade pode até reforçar a auto-estima – numa hora em que ela estará em baixa. A seguir, os cinco erros mais comuns que as mulheres cometem quando resolvem se separar:


1. Tornar-se ex-mulher profissional
Há mulheres que encaram a separação como uma profissão e empregam todas as suas forças para depenar o marido ou privá-lo da convivência com os filhos. Acreditar que o juiz será capaz de resolver as diferenças que levaram o casal à separação ou de vingar a mulher que cuidou dos filhos a vida toda e foi "premiada" com a infidelidade do marido só vai tornar o processo judicial mais difícil, caro e doloroso. "São casais que não conseguem dissolver o vínculo. Eles buscam resolver, na Justiça, as diferenças que levaram à separação", diz o psicólogo Ricardo Vainer, autor de Anatomia de um Divórcio Interminável. No final do litígio, que pode durar anos, ambos encontram-se emocional e financeiramente devastados. Sem falar que os juízes dificilmente levam em consideração a atribuição da culpa para favorecer uma parte ou outra com relação a pensão alimentícia, partilha dos bens ou guarda dos filhos. "Entendo que, se não há mais afeto, o matrimônio está rompido. Trazer à tona a discussão da culpa só agrava ainda mais a animosidade entre os dois. O Estado não é capaz de dizer quem é culpado ou inocente, porque não sabe o que acontece na intimidade do lar", acredita José Carlos Teixeira Giorgis, desembargador da 7ª Câmara Cível do Tribunal do Rio Grande do Sul.

2. Deixar-se controlar pelo ex só porque ele paga a pensão
Não é porque ficou no mesmo apartamento e as contas ainda são saldadas pelo ex-marido que a mulher não tem direito à privacidade. Conservar a chave de casa, fazer visitas inesperadas em nome da convivência com os filhos e manter vigilância cerrada sobre a ex são atos humilhantes – e não um sinal de que "ele" no fundo continua a gostar de você.

3. Acreditar que só um novo relacionamento pode suprir a falta do ex-marido
Formar um casal é muito bom – sem falar nas vantagens de ter alguém para levar o carro à oficina e para outras providências práticas. Também é bom ter uma pessoa com quem se pode contar de verdade, dividir sonhos, planos, medos e inseguranças. Com o rompimento, esse mundo desaba. É natural que muitas mulheres acreditem que só serão felizes outra vez se reconstruírem o casulo conjugal. Perigo: procurar um salvador da pátria num momento de fragilidade emocional resulta quase sempre em escolha errada. No começo, a nova relação pode até ser compensadora. "Mais para a frente, os problemas que não foram levados em conta na hora da escolha começam a incomodar", diz Tai Castilho, terapeuta de casal e de família. Antes de enfrentar outro relacionamento a sério, o ideal é esperar atingir certo grau de estabilidade emocional – e isso não acontece de um dia para o outro.

4. Tentar recuperar a auto-estima no consultório do cirurgião plástico
Mesmo que o ex-marido não tenha arrumado outra mulher vinte anos mais nova, a separação sempre está relacionada ao sentimento de rejeição. Nessas circunstâncias, é comum o desejo de reencontrar a juventude. O problema é que, evidentemente, Botox, ginástica e lifting, em si, não garantem nem a felicidade nem a recuperação do amor-próprio. "Costumo sugerir a meus pacientes recém-separados que escrevam uma lista com todas as coisas que deixaram de fazer enquanto estavam casados – e retomem algumas", diz Jacy Bastos Lima, psicóloga e coordenadora do Grupo de Orientação a Descasados. Vale desde coisas simples, como tomar aulas de violão, até voltar a estudar ou trabalhar.

5. Falar mal do papai para os filhos
Separação é entre o homem e a mulher, não entre pais e filhos. Usar os filhos para atacar o ex é um erro grave. Mesmo mulheres equilibradas às vezes cedem à tentação da vingança através da prole – mas é extremamente aconselhável que façam de tudo para resistir. Um relatório da American Psychological Association, nos Estados Unidos, examinou 33 estudos sobre o assunto e concluiu que filhos de pais divorciados podem ser tão bem ajustados quanto aqueles que vivem em famílias intactas – desde que possam conviver de maneira saudável com os dois. Permitir que os filhos falem com o pai sempre que quiserem, que combinem programas e viagens com ele e evitar fazer críticas e comentários negativos a respeito do outro torna a criança mais segura. Papai quer apresentar a nova namorada a eles? Morda o cotovelo e não faça oposição. Repita como um mantra: tudo o que disser ou fizer para prejudicar a imagem paterna na verdade é um mal que estará infligindo a seus próprios filhos. Casamentos e maridos passam, mas eles permanecem – e saber que estão sendo bem criados é uma das maiores fontes de satisfação para qualquer mãe.


fonte: VEJA MULHER

Reencarnação - O que a Bíblia diz ? - Texto 02




A Segurança da Bíblia: Consideremos essas palavras de Allan Kardec: "No cristianismo encontram-se todas as verdades" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5). A Bíblia sempre foi a única base doutrinária e regra de fé e conduta dos verdadeiros cristãos. Em 2ª Timóteo 3.16 está escrito: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça".
Jesus Cristo, tido pelo Kardecismo como a segunda revelação de Deus aos homens (Moisés seria a primeira), afirmou a solidez e a inspiração plenária da Bíblia. Em João 17.17, orando ao Pai, Ele diz: "A tua palavra é a verdade" (cf. Salmo 119.160). Quando tentado, sempre usando a expressão "está escrito", Ele respondeu citando o texto de Deuteronômio 8.3: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mateus 4.4). Em Mateus 24.35 diz: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão". Ele sempre usou a Bíblia para ensinar, redargüir, corrigir ou instruir em justiça.
Aos saduceus, que não criam na ressurreição, Jesus respondeu: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mateus 22.29). Jesus ainda nos manda examinar as Escrituras, pois são elas que testificam da Sua obra redentora: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida" (João 5.39-40).
Na parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31), Jesus mais uma vez demonstra a Sua convicção nas Escrituras ao narrar a resposta dada pelo patriarca Abraão ao rico, quando este, no Sheol-Hades (inferno), lhe pedira que enviasse Lázaro aos seus irmãos: "Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos" (versículo 29). Jesus reporta-se a Moisés e aos Profetas para nos informar que nenhuma outra forma de revelação poderia ser apresentada aos homens (inclusive a mediúnica), pois, por meio de ambos, foi-nos dada a verdadeira revelação – a Bíblia.
O Que a Bíblia diz Sobre Reencarnação? O Minidicionário Aurélio conceitua o verbo Reencarnar da seguinte forma: "1. Reassumir (o espírito) a forma material. 2. Tornar a encarnar". Ao contrário da ressurreição, que é a volta do espírito ao mesmo corpo, a reencarnação significa o retorno do espírito a um novo corpo, sucessivamente, até alcançar a evolução.
Na verdade, a não ser por meio de uma exegese forçada, não há na Bíblia qualquer referência direta ou indireta à reencarnação. Ao contrário, as Escrituras ensinam que, da mesma maneira como Jesus veio ao mundo uma só vez, também ao homem está ordenado morrer uma única vez: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação" (Hebreus 9.27). O sacrifício único de Jesus, ao morrer na cruz, é mais que suficiente para nos libertar dos pecados e nos conduzir a Deus: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito" (1 Pedro 3.18).
Todo o ensinamento bíblico é no sentido de que só poderemos morrer uma única vez até o juízo final de Deus. Jesus não somente ressuscitou três dias após Sua morte, como também incluiu a ressurreição entre os Seus milagres (João 11.11-44). Diversas outras passagens da Bíblia demonstram a realidade da ressurreição (Daniel 12.2; Isaías 26.19; Oséias 6.2; 1 Coríntios 15.21-22; João 5.28-29; Atos 24.15; Apocalipse 20.6). Em todos esses textos, ressuscitar significa o retorno do espírito ao seu próprio corpo (ver também 1 Coríntios 15.12-22).
Então, se não Existe Reencarnação, o que Faço Para ser Salvo? A resposta está em Atos 16.31: "...Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e tua casa". Somente através da nossa fé, pura e incondicional, é que obteremos a salvação, mediante Jesus Cristo. Ele mesmo disse: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (João 11.25). Não há outro caminho e nenhuma outra verdade além desta (veja João 14.6). Não adianta esperar uma outra existência, pois esta é a única oportunidade. Jesus, somente Ele, é quem nos dá a vida eterna: "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (João 10.28). Então, busque hoje mesmo a Jesus Cristo, entregue-Lhe seu coração e Ele o ouvirá: "Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Romanos 10.13).
(M. Martins - http://www.chamada.com.br/) Extraído do Folheto A Bíblia e a Reencarnação (pacote com 100).

A VERDADE DA REENCARNAÇÃO - TEXTO 01

Ressurreição sim! Reencarnação não!

"Jesus Ressuscitou, como disse" (Mt 28,6)

Ao rezarmos pelos nossos queridos falecidos, somos convidados a renovar a fé num artigo que é fundamental para nossa vida cristã e que nos diferencia de outras expressões religiosas. A cada dia, na Eucaristia, na meditação da Palavra de Deus, na oração pessoal e comunitária, no exercício da caridade e na celebração da vida, precisamos renovar a nossa fé. A fé é um dom de Deus. É uma graça. Deus confiou este tesouro a nós. Assim como a vida, Deus nos dá a fé, e espera que nós cuidemos bem, tanto do dom da vida, como do dom da fé. É muito comum ouvirmos as seguintes perguntas: Ressurreição ou Reencarnação? Ou ainda: é possível acreditar nas duas coisas? Ou Um católico pode ser espírita? Diante disso, vamos refletir um pouco mais sobre este tema de grande importância, de modo especial, para nós que queremos ver e seguir Jesus, conhecendo e testemunhando o Seu Evangelho para o mundo e para a humanidade. Nós não podemos "fugir" de temas complexos e nem vivermos como se estas questões não existissem. Pela reflexão podemos aprofundar ainda mais a nossa fé. Pelo estudo temos a chance de tornar a nossa fé ainda mais cristalina. Sendo assim, é bom destacar que pelo título deste artigo já começamos a responder a estas perguntas e a outros possíveis questionamentos: "RESSURREIÇÃO SIM! REENCARNAÇÃO NÃO!".
Lendo e meditando, atentamente, a Bíblia, em nenhum capítulo e em nenhum versículo, do Gênesis ao Apocalipse, encontramos qualquer referência que indique a possibilidade da reencarnação. Fazendo um estudo sério da Bíblia, sem nos deixar influenciar por "leituras tendenciosas" ou interpretações deturpadas, não encontramos nenhum parecer favorável à esta doutrina. Pelo contrário, pelos lábios de Jesus, nos é ensinado: "Eu sou a Ressurreição e a vida.
Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (Jo 11, 25). A gente nasce e morre uma única vez. Por isso precisamos viver bem cada instante da nossa história. Depois da morte, vem a Ressurreição: a Vida Eterna! Na carta aos Hebreus encontramos a comprovação exata que diz: "E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Diante da Bíblia não fica nenhuma sombra de dúvida quanto a este tema. Nós cremos e sempre vamos crer na Ressurreição. A Ressurreição significa a vitória da vida sobre a morte. Cristo inaugurou a Ressurreição, garantindo a todos nós a certeza da nossa ressurreição. Pois, como está na Bíblia: "Se Cristo não Ressuscitou, é vã a nossa fé" (1Cor 15,17). Exatamente, porque Cristo Ressuscitou que a nossa fé não é vã. É na Ressurreição de Jesus e na certeza de que Nele e por Ele nós haveremos de ressuscitar, que a nossa fé se torna sólida, firme e inabalável como a rocha.Penso que um católico praticante e conhecedor da sua fé, mesmo que desejasse, não conseguiria ser espírita. Com esta afirmação, é bom que fique bem claro, que isto não tem nada haver com discriminação ou preconceito. E sim, um esclarecimento catequético para melhor vivermos a nossa fé católica . Pois, as duas doutrinas são opostas. Não se pode acreditar ao mesmo tempo na Doutrina da Ressurreição e na Doutrina da Reencarnação. Nós católicos, com base na Bíblia, na Tradição e no Magistério da Igreja, acreditamos de todo coração na Ressurreição. A Ressurreição é a base da nossa fé. E ao acreditarmos, de todo coração, na Ressurreição, fica descartada, a idéia da Reencarnação. A Santa Mãe Igreja, nos ensina que nós viemos ao mundo, pela Graça de Deus. Aqui vivemos como peregrinos, a caminho da Jerusalém Celeste, ou seja, do Paraíso. E para passarmos da vida terrena para a vida celeste, experimentamos a morte, não como derrota, mas como passagem para a Glória de Deus. O processo é assim: concepção, gestação, nascimento, morte e ressurreição. O Mistério Pascal de Cristo: Paixão, Morte e Ressurreição, é a garantia de que existe Vida Eterna! Que existe Ressurreição!Como padre católico, desejo respeitar a todos. Sei que há pessoas que acreditam diferente de nós. Contudo, sem faltar com o respeito com meus irmãos quero, em primeiro lugar, respeitar a Jesus e proclamar a sua Santa Palavra. Só há diálogo inter-religioso se temos clareza quanto a nossa fé! Quando dialogamos não devemos colocar tudo misturado, mas sublinhar bem as nossas diferenças que revelam nossas identidades singulares. E é por isso que cada católico precisa ter, claro, na mente e no coração, a certeza da Ressurreição da carne e a certeza da Vida Eterna!É a certeza da Ressurreição que nos consola na hora da dor e da saudade de um familiar ou amigo nosso que parte para a Eternidade. Nós podemos até chorar diante da morte. A morte é uma experiência muito difícil, inclusive para nós que cremos. O próprio Jesus, o Autor da vida, chorou diante da morte. A morte, é um drama. Mas, a morte não tem e nunca terá a última palavra sobre nós. A vida é que tem. "Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6). Jesus que é Vida, nos dá a garantia da Vida Eterna, onde não haverá nem lágrima e nem dor.Às vezes, na hora do sofrimento, por conta da morte de alguém muito próximo de nós surge o desespero e a vontade enorme de uma resposta imediata, de uma explicação clara e palpável. É neste momento, que muitos se deixam "seduzir" por doutrinas como a da Reencarnação. Por isso, mais do que nunca, renovemos, pratriquemos e professemos a nossa fé, que de Cristo nós recebemos: "cremos na ressurreição da carne; cremos na vida eterna" (Credo Apostólico) . É somente pela fidelidade à nossa fé que seremos, verdadeiramente consolados e fortalecidos em todas as situações da nossa vida. Se estivermos convictos na certeza da Ressurreição nada e nem ninguém poderá nos confundir; e aconteça o que acontecer iremos sempre testemunhar: RESSURREIÇÃO SIM! REENCARNAÇÃO NÃO!
Padre Silvio Andrei